sexta-feira, 12 de julho de 2013

A MORTE PERDE CARONA VIA CELULAR



A MORTE PERDE CARONA VIA CELULAR

 Estava eu em um coletivo em Goiânia e uma conversa de telefone me chamou atenção.
-Alô? Quem é?
Filha? que foi. Annnnhh? Fala mais baixo, num to entendendo nada.
-Morreu?
-O seu pai?
-Filha, é o seguinte. Aonde ele ta caído?
-Na sala? Calma, minha filhinha. Não há de ser nada.
Vai até ele e pinica ele.
Pinicou? E nada?
Então faz o seguinte:
Faz cócegas nele. Ele num agüenta nem uma cosquinha.
-Nada Filha?
Então é grave.
-Tem sangue junto dele?
-Não? Ainda bem...
-Filha, tenta fazer massagem nele. Pega bem em cima da barriga dele e pula umas dez vezes. Isso ass vezes funciona.
-Vai pulando e eu conto.
-Uma, duas....e dez...
-Nada? Será que ele morreu mesmo?
-Vê-se se ele ta cheirando pinga. Esse danado costuma beber até desmaiar.
-Tá? Num te falei? Ele voltou à beber.
-Filha, escuta...Você tem que fazer uma coisa pra Mamãe. Presta atenção.
-Só resta fazer respiração boca à boca.
-Que? Não vai fazer? Filha escuta. A Mamãe ta muito longe e ele é seu Pai.
-O bafo? Nessas horas a gente tem que esquecer isso, Filha.
À essas alturas até o motorista do coletivo parou no ponto e desligou o veículo.
Todo mundo prestava atenção na Mulher.
-Filha, num deu certo não?
Então faz o seguinte: vê se ele largou dinheiro dentro da carteira.
-É? Cinqüenta reais? Cachorro, só isso...
to indo pra casa...
Graças à Deus que esse traste nos deixou alguma coisa.
A Mulher desceu no ponto na Praça Cívica e nem sequer olhou pra trás, deixando todo mundo de boca aberta e sem entender nada.
MAGNUN

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